domingo, 6 de janeiro de 2008

O BOM JUDEU - poema de jairo pereira





vinte anos esperei o bom judeu q. me editaria
mirava os aviões escassos no céu interiorano
amanhã ou depois aterrisaria em Cascavel Foz
Curitiba ou Londrina e depois numa van até Quedas
o bom judeu vindo: e em sua maleta o contrato prévio
visto-revisto em minúsculas letras
de capciosas cláusulas
e onde cegamente eu o poeta otário assinaria
como um cordeiro escalado ao sacrifício
vinte anos convivi com o bom judeu em minha retina
o bom judeu q. era de vir viria um dia nunca veio
todo de negro óculos de aros claros calva ruiva e feio
o bom judeu da minha redenção midiático-financeira
alma numinosa e nas negras vestes botões cifrados
apto a colocar-me
na rica estante dos consagrados.

Um comentário:

Anônimo disse...

O bom judeu, procura o senso-comum!
Sua obra nao é feita para o publico!
sua obra é erudita
é arte, nao sensacinalismo barato!
o bom-judeu vem para os maus!

vc escreve para os bons, para os melhores! mas estes, sao os poucos!

o bom-judeu nao lhe procurará, se vc nao se vender.

voce nao deve perder sua essencia, em busca dele!

esquece-o!!!

a originalidade nao tem preço!!!