Feliz dies solis invicti natalis ou simplesmente: FELIZ NATAL!
Jesus Cristo não tinha certidão de nascimento. Por isso, na idade média, um monge chamado Dionysius Exiguus, que nasceu na Cítia Menor (região da atual Romênia ou Bulgária) foi encarregado pelo Papa João I, de fazer pesquisas históricas e propor um calendário que unificasse os vários sistemas de contagem cronológicas existentes na época e marcar o início da era cristã.
Baseado nos precários registros históricos, nos seus conhecimentos matemáticos e astronômicos e, aproveitando uma festa pagã muito bonita que homenageava o dies solis invicti natalis, isto é, o solstício de inverno, ou momento em que o sol se dirige para o norte para retornar a sua posição mais elevada, o monge fixou o dia 25 de dezembro do ano 1, como a data provável do nascimento de Jesus.
É claro que essa data foi contestada pelos astrônomos que afirmavam que os três reis magos foram conduzidos até a manjedoura pelo cometa Halley cujas aparições já eram conhecidas bem antes de Cristo e não aconteceram em dezembro. Os historiadores diziam que o recenseamento ordenado pelo imperador César Augusto e pelo qual o casal José e Maria se locomoveram até Belém não aconteceu no inverno e que o ano da matança de criancinhas ordenada por Herodes também não batia com o calendário criado pelo monge. Mas criar um calendário, não era e não é uma tarefa fácil. Até o papa Gregório III admitiu haver um erro na contagem dos dias no calendário Juliano e promoveu uma reforma em 1582, criando o calendário gregoriano que foi então adotado pela maioria dos países católicos. Enfim, se Ele nasceu ou não nesse dia, já não importa. O Natal é atualmente a maior festa dos cristãos e do comércio mundial.
Sobre a vida de Jesus até os 30 anos, também não se sabe muito. A começar pelo nascimento. Falaram mal da mãe dele quando apareceu grávida. Quem seria o pai? O Espírito Santo? O Arcanjo Gabriel? O carpinteiro José? Sabe Deus... sempre falam mal das mães solteiras.
Os mais de 60 evangelhos apócrifos (relatos não reconhecidos pelo Vaticano), contam algumas peraltices Dele na infância, mas se tivermos coragem de perguntar para nossos vizinhos, professores e parentes, como éramos quando crianças, também colocaremos sob suspeita algumas histórias, não é? Um fato comum narrado na Bíblia e nos evangelhos apócrifos, é a famosa passagem da fuga do menino Jesus aos 12 anos em Jerusalém. Dizem que só foi encontrado alguns dias depois, discutindo teologia com um grupo de sábios e questionando os doutores da lei. Quem foram seus professores? Onde será que ele adquiriu todo aquele conhecimento? Numa escola pública ou seus pais tinham dinheiro para pagar mestres particulares? Será que ele levou umas palmadas por ter fugido ou se perdido dos pais?
Profissionalmente, sua história também é cheia de altos e baixos. Nunca teve salário fixo nem carteira de trabalho assinada. Fez estágio na carpintaria do pai, aprendeu a arte do pastoreio, da pescaria e como guardião de um templo sagrado expulsou a chicotadas um bando de mercenários que faziam negócios ilícitos. Conhecedor da medicina, fez muitas curas e até ressuscitou algumas pessoas. Zangou-se com uma árvore preguiçosa que não lhe deu frutos e inventou o figo seco. Multiplicou pão e vinho e distribuiu pra galera. Fez vários sermões filosóficos, e questionou o regime político da época.
Era exigente na escolha dos seus discípulos. Sua melhor amiga e confidente, foi Maria de Madgala, mais conhecida como Maria Madalena. Era uma mulher independente, culta e corajosa, que por não aceitar a tutela de nenhuma figura masculina da época, foi difamada e acusada de prostituta, mas os decifradores de códigos do século da Vinte, concluíram que ela foi a mais importante discípula de Jesus e que disputou a liderança dos grupos cristãos com São Pedro. O machismo era evidente naquela época.
Dentre todos que o seguiram durante os anos de vida pública, ele nomeou somente 12, a quem chamou de apóstolos e concedeu poderes espirituais. Todos eram barbudos, cabeludos e se tratavam por irmão ( Eaí mano, tudo belê?)
Não se conformou com a morte de seu amigo Lázaro e tratou de ressuscitá-lo.(se você pudesse, não ressuscitaria aqueles entes queridos que partiram?). Gostava de comer bem: Carneiro assado, peixe e um bom vinho (e quem não gosta?)
Foi acusado por questionar os impostos, traído por um amigo, julgado e condenado injustamente.
Engraçado, muitos dos meus amigos, têm histórias bem parecidas com a Dele... E eu também não sei a data de nascimento dos meus amigos. Não escrevi mensagem, não estive presente quando precisaram, não comprei presentes e nem fiz festa nos seus aniversários.
Péra aí... mas Jesus era diferente!
Você também é uma pessoa ímpar.
Mas Ele era um santo, pregava o amor, a paz, a justiça, igualdade...
E você não prega essas virtudes?
- Mas Ele era um mestre!
E você não é um mestre naquilo que faz?
- Mas Ele foi julgado e condenado injustamente!
E você nunca foi injustiçado?
- Mas Ele foi crucificado!
Vai me dizer que nunca te pegaram pra Cristo?
- Mas Ele era filho de Deus!
E você não é?
Olha, com todo o respeito que Jesus merece, eu vou comemorar o Natal como se fosse o aniversário de todas as pessoas que amo, inclusive o Dele.
Porque assim como Jesus, as pessoas que amo são justas, honestas e fazem muito bem à humanidade. Merecem meu respeito, meus parabéns e uma grande festa de aniversário, mesmo que eu não saiba o dia certo do seu nascimento.
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