é outono e está verão,
sou hoje e estou ontem,
desconheço minhas estações,
parte da natureza deixo-me levar por si,
folhas marron-ferrugem não cobrem as calçadas,
meus pés sentem sua ausência, não é o que deveria, está o que não sei
o tempo rebela-se contra definições
ele É sempre e o demais transige,
o ciclo não é exato e o homem é impreciso,
se navegar é preciso que vento devo seguir?
senhor de mim mesmo não me conduzo,
minhas folhas não caíram, não tenho outono, pareço inverno
os frios estão por chegar, do tempo, das saudades, da campa,
nenhum terá o rigor deste que me congela desde o ventre,
sem origem nem destino, sinto-o, aqui, dentro,
Deus e o Demônio congelados comigo até a primavera das mentes,
quando a venda dos meus olhos escorrerá com as águas da morte,
então estarei diante deles, dentro deles, sendo eles, sendo um, novamente
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
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2 comentários:
Lindo poema para presentear uma segunda feira sem sol..
trágico! me lembra beaudelaire, mas é muito bom. para quem gosta. eu não sou muito chagada.
Annelise
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