segunda-feira, 22 de outubro de 2007

PRIVATIZAÇÕES - por walmor marcellino

Os adversários políticos e especialmente os inimigos da pátria assoalham que a privatização das rodovias bem como a privatização da Amazônia são apenas desoneração do Estado, que deve voltar-se para outros fins que não assegurar o que é público como se fosse um genérico e não um bem de capital. E genérico tem preço, ou seja, é remédio de baixo preço. Mas suponhamos que certas coisas não tenham remédio. Como, por exemplo, o neoliberalismo de esquerda corrigir o neoliberalismo de direita; como o próprio neoliberalismo de direita foi uma correção da social-democracia depois que se provou a inviabilidade de a KGB dirigir a máfia russa de Ieltsin e Gorbachov para desconstruir o Gulag. Cantemos: “E o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo ...” (Geraldo Vandré).
Sei que o tema é espinhoso como a coroa de Cristo; pois nada é de graça, a não ser num comunismo pandêmico; e o último comunista já terá sido enforcado nas tripas de um liberal, e ponto sepulcral.
Como disse o Temporão, pandemia só da dengue, do crime de colarinho sujo e da insolação trabalhista. Isso depois que “o centralismo democrático”, com ressaibos de stalinismo (disse o filósofo Tarso Genro), teria levado toda a direção do PT para o brejo, não fosse a cristianização do Delúbio Soares associada com a do Marcos Valério e de alguns estrategistas que assumiram o projeto meridiano de construir um PT hegemônico juntamente com o Roberto Jefferson e o Bispo Rodrigues. Cada coisa tem seu tempo, afirmou o governador Jacques Wagner secundando o sindicalista Ric Berzoini e qual.
Talvez as pessoas não compreendam que o governo tem dificuldades para trocar sua reforma agrária privada da Amazônia pela reforma agrária comunitária das terras de mau uso (como devastação, desmatação e plantação de eucalipto) ou de pouco uso; para trocar a privatização do uso das rodovias e ferrovias pela cooperativação administrativa das vias de transporte (que não são bem propriedade de Estado capitalista, mas, a ser diferente, pode cheirar a cooperativismo...); para trocar as bolsas privadas de estudo pelas bolsas públicas de estudo; para trocar o pagamento de serviços de saúde privada pela assistência pública de saúde. Pois o regime de trocas em uso começa com um parafuso de rosca sem fim.
Se tal acontecesse, o regime de trocas ou a economia de mercado iria desfigurar o governo nacional-popular que penosamente está sendo montado sem que os inimigos (e os amigos) percebam. Na verdade, vamos conseguindo “distrair” os grandes opositores que são os aplicadores em juros e emolumentos, os contratantes de obras e serviços públicos, os acionistas de banco e de bolsa e alguns patifes ilustres das instituições públicas superiores e os texugos. Principalmente estes.

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