quinta-feira, 4 de outubro de 2007

QUE REVOLUÇÃO BICHO! - art. de adriel diniz

Eu que já me sentia um solitário entre os jovens por discutir política, agora chego a duvidar que exista, tão estranha e melindrosa é a situação. Aos que sonhavam com a social democracia, que tinham na estrela o expoente e a esperança, resta agora a incerteza. Aos que sempre trataram com desdém o partido de doutores e operários, ainda sobra desdém para cobrar a malograda estada do PT no Governo.

As trapalhadas da cúpula petista geraram um sentimento de total descrença. Acreditar em quem? Na direita carcomida e cínica que agora inquire com a empáfia dos puros de coração e bolso? Acreditar nos operários que juram inocência e não usam mais os velhos macacões de zuarte? Acreditar nas bestas apocalípticas que pregam a anarquia total e um golpe do povo?

Nem mesmo em mim acredito agora. Talvez mais, talvez menos, tenha sentido esse golpe. Sem chão que possa conter os passos, caminhamos, quem sabe, para uma total falta em quem e no que acreditar. O coice da verdade foi tamanho que sobraram estrelas demais para uma só bandeira.

Aos amigos, conhecidos e coisa tal a quem sempre chateei com a política, não devo desculpas. Vivemos em tempo que não se deve nada a quem nunca quis cobrar. Não me sinto gratificado com a derrocada oficial da moral na política, tampouco derrotado também. Sinto apenas a aquela sensação incômoda de que ainda há mais verdades para contar, mesmo que ninguém queira acreditar.

Passear pela verdadeira face do poder talvez seja menos agradável do que uma viagem pelos intestinos de um porco. Como Napoleão e os outros, estão todos de pé, uns ainda usam broches do partido, outros correm a apagar as velhas verdades escritas em tempos de revolução. Orwell bem que nos alertou.

env. por jocelei braga

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