quarta-feira, 28 de novembro de 2007

GIULIANI no RIO - por walmor marcellino

Sérgio Cabral sempre foi não-confesso entusiasta do puritano Rodolfo Giuliani (de origem mafiosa), ex-prefeito republicano de New York e hoje candidato à substituição do êmbolo George W. Bush. Alegam amigos (dele, Cabral) que ele foi convertido ao clã Giuliani ao jurar-se na defesa da Guanabara branca contra negros, mulatos, pardos e mestiços da periferia do Rio de Janeiro, geralmente elevados na orografia carioca às moradias com maior descortínio turístico e valorização imobiliária. Mas “Honni soit qui mal y pense”?
Seus inimigos, entretanto, afirmam que cretinice e identificação ideológica não têm causa única e certa; assim, esse “patife ilustre” fez carreira no PMDB carioca como poderia ter escolhido outro partido semi-ideológico qualquer; se o importante era ocupar o vazio ético no Rio ante um perfeito Democrata (digo, do PFL), prefeito César Maia.
Ninguém deu a notícia por falta de provas objetivas, porém coincidências tantas comprovam o fato: sabíamos que Rodolfo Giuliani, o famigerado nazista ex-prefeito de Nova York, tem idéias ultraneoliberais e assim seus simpatizantes na América Latina como na América latrina. Ficava evidente que se nossa “imprensa livremente democrática” tem em George W. Bush seu ícone republicano-liberal, por que não em Giuliani, que conseguiu prender, arrebentar e matar negros, “chicanos”, latinos e pobres, fazendo “justiça” com as próprias patas; ajudando a depurar a cidade de New Amsterdam e os Estados Unidos da americana cidadania de segunda classe, que hoje corresponde a dois terços da cidade e daquele grande país?
A intelligentsia que cerca Sérgio Cabral (Jr.) recomendara-lhe o golpe de mestre: “importe a filosofia e as técnicas suasórias de Rodolfo Giuliani antes que o “bandleader” Rodrigo Maia o recomende e o “gauleiter” (pai) César Maia o faça. E mesmo o Lulinha Paz e Amor não terá objeções, uma vez que, sendo neoliberal de esquerda, reconhece na direita o direito à boa convida e sobrevivência vasta; e daí ficará tudo ao par.
Passim essa unanimidade ideológica no combate à exclusão social por vias diretas foi um passo. A sociedade brasileira viu e acostumou à “blitzkrieg” contra os sudetos, os combros e escombros das moradias em morros cariocas. Apenas passaporte carimbado por país desenvolvisto, comprovação de moradia regular no asfalto e renda superior a US$ 120,000.00 a/a. garante imunidade ante as SA (digo, grupo tático móvel) de Sérgio Cabral. Convenhamos, foi assim que Cabral descobriu o Brasil; na marra.
E quem souber que conte outra.

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