sexta-feira, 2 de novembro de 2007

DOIS POEMAS - de jairo pereira

O thoroughbred (01)


O thoroughbred castanho
em sua prisão velocíssima
entre frascos de medicamentos
e escalas de trato
vê o verde extenso lá fora
um verde de capins maduros
o thoroubhbred
salta no futuro seu salto ergoluz
mede distâncias em galopes noturnos
e resplandesce manhãs afobadas
dali de seu cárcere obrigatório
estima ganhar espaços abertos
no sem-tempo
filhos potrancos em escaramuças
éguas alazãs campeando vadias
os dias longos
o thoroughbred ultraloz
calcula milhas de liberdade
no relincho repetido
de seus dias superiguais.





O thoroughbred (02)

O thoroughbred relincha
testamentos novos
sina de ser sozinho
em cubículo/cárcere
arenáticas incursões
naquelas pistas
o real: um público de só-passar
usufruir do seu talento
a visão: sonha o contrito
os verdes densos iniguais
em espaços longínquos
onde só se chega corrido
galopes de horizontes livres
trotes de passar pontes
relinchos
de assustar pássaros nos ninhos
o thoroughbred
dorme na sua cela exígua
sobre serragem pinho/araucária
& sopra nathurezas novas
pelas ventas.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom, estranho, mas bom.

HELLEN