quarta-feira, 14 de novembro de 2007

BURRICE ENTRONIZADA - por walmor marcellino

FICHA DE AVALIAÇÃO



Ao receber uma proposta chamada de “Os Invisíveis I”, o Programa de Apoio e Incentivo a Cultura designou Marli A., Artur C. F. e Osmar C. para analisarem e avaliarem o projeto com pedido de parceria.
Era uma proposta cultural insólita e, talvez por isso, fora do entendimento do programa de apoio oficial; para um programa inteligente e, talvez por isso, além da inteligência cultural do PAIC; e, contendo ações criativas, talvez por isso, muito acima da percepção da idéia de cultura do PAIC.
Seja qual for a razão, tornada pública a proposta de “Os Invisíveis I”, é a função, a pretensão e a capacidade ‑ não das três pessoas que arbitraram e se expuseram nessa “avaliação de qualidade” (?), “do conhecimento” (?) do proponente, da “adequação de orçamento” (?), da “abrangência” (?) do projeto e da “contrapartida social” ‑ do próprio Programa de Apoio e Incentivo a Cultura que está em causa. É a cabeça do prefeito de Curitiba que está sendo julgada, pelo sentido desse mecenato público; e que condições (e ou condicionamentos ético-políticos) têm essa entidade e seus burocratas estéticos para analisar e avalizar ações de cultura?
Quando tomei conhecimento desse projeto “Os Invisíveis I”, entusiasmei-me com o sentido, o alcance e a forma de demonstração de vida inteligente e crítica em Curitiba, e no Paraná. ‑ que especialmente vegeta na área cultural e suas manifestações culturais passeiam da indigência à pobreza, desmerecendo seus habitantes.
Claro que se deve fazer justiça a intelectuais e artistas criativos, não dedicados apenas ao “job” publicitário (ponto de fuga da “criatividade”) ou ao discurso acadêmico e/ou de propaganda política oficial; e sim à ruptura da mesmice produtiva e da miséria criativa.
Todavia, secretariado de cultura, acionaria cultural e incentivo a cultura são deferidos no Estado e na Capital a lheguelhés e lhogolhós, que devem decidir num bingo de mecenatos o que é cultura, sua função e quais os meios econômico-sociais disponíveis. Pura zoologia política para fazer as contas.
Vejo, pelos exercícios da burocracia cultural de Estado e Município, que a idéia de cultura e arte está nos pés do governador do Estado e no cóccix do Prefeito

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