sexta-feira, 28 de setembro de 2007

NO CABARET VERDE - poema de Rimbaud/1870 - env por marco macedo

No Cabaret Verde - as cinco horas da tarde




Oito dias a pé, as botinas rasgadas
Nas pedras do caminho: em Charleroi arrio.-
No Cabaré-Verde: pedi umas torradas
Na manteiga e presunto, embora meio frio.


Reconfortado, estendo as pernas sob a mesa
Verde e me ponho a olhar os ingênuos motivos
De uma tapeçaria. - E, adorável surpresa,
Quando a moça de peito enorme e de olhos vivos


- Essa, não há de ser um beijo que a amedronte!
-Sorridente me trás as torradas e um monte
De presunto bem morno, em prato colorido;


Um presunto rosado e branco, a que perfuma
Um dente de alho, e um chope enorme, cuja espuma
Um raio vem doirar do sol amortecido.

Nenhum comentário: