domingo, 30 de setembro de 2007

Arroz, Feijão & Philosophia - parte tres - art. jairo pereira

Parte trhes


Filósofo já sai pronto de forma. A ninguém se deu ou se dará o poder de fabricar filósofos. Convive o triste, com o são desequilíbrio construtivo, oscilando entre imanência e transcendência. Não adianta subir o longo calvário do conhecer histórico e canônico da velha filosofia, especialmente a ocidental, que é criação humana, racional e cerebrina, para tornar-se um dia filósofo, se não se detém o dom inato, de profunda observação dos fenômenos. Criar conceitos é apenas uma das faculdades com as quais os filósofos se armam. Além dessa muitas outras espocam, como estrelas, no céu da vida daquele pobre coitado que nasce com o mal grave da Triphistophilosophia. Primeiro: filósofo que é filósofo deve saber situar-se no tempo e no espaço. Impor-se pelo pensamento. Pensamento que deve trazer no mínimo, algo do seu próprio pensar. Pensar que não pode ser mera revista do que lera de outros filósofos ou veio a aprender em escola. Para tanto, filósofo deve trazer sempre sob as vestes, o opúsculo extraordinário de sua lavra. Um livreto qualquer de no mínimo vinte ou trinta laudas de um só-pensar-particular, legítimo, autêntico, nem que seja no próprio equívoco desse seu detido pensar. Equívoco que poucos terão coragem de um dia em vida acusar ao nosso amigo filósofo.
Lembrando que muitas grandes filosofias viveram apenas de uns poucos conceitos, não é preciso escrever muito para se conceber uma filosofia original. A obra realmente é de fundamental importância na vida do filósofo que se habilita. É de se compor o filósofo convicto, o seu pequeno livro, aberto aos espíritos, o livro que revele o pensar singularíssimo, de ser e estar no mundo entre as coisas. Tudo isso, que é quase-nada, fazer, sob pena de passar em branco, como uma traça tonta, a vagar, nas páginas do processo filosófico, sobre as sentenças (conceitos) dos outros.

Um comentário:

Anônimo disse...

e a tal discussão entre o Jairo e o anônimo? parou porque? acho que o autor não quis continuar discutindo sem saber com quem, não é? concordo.E o anônimo que saia da escuridão e venha debater com o Jairo à luz da identificação. Eu estava acompanhando, mas... debate sempre é bom.

Annelise