Murro na ponta da história
cara quebrada no espelho
à cicatriz sem memória
juro, eu logo me ajoelho
Sem escapes, não despiste
ouro de pobre não reluz?
apontar duro o dedo em riste
é purgar o resto do pus
Transmutação sobretudo
faca de louco não se afia
se daqui logo me mudo
não sei quando todavia
Peço ao rio: arrebente
navego o dia sombrio
a sentir gozo pungente
cheio de porra, esvazio
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Um comentário:
Poema bem estruturado, cerebral, rimas de adjetivos, substantivos, advérbios, verbos intercalados, verdadeira riqueza. A idéia poética não é original (loucuras de amor, paixão e sexo) mas é bem articulada. A beleza está no ritmo, na semântica, na (re)invenção formal: rimas diferentes a cada verso, quartetos; fuga da métrica convencional clássica. Dialética comprovada. Obrigada a vocês.
Linéia Bittencourt (lib_ecausp@hotmail.com)
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