ando a oferecer à quem possa interessar,
este corpo injecto de sensações
das mais puras às mais imundas,
um corpo que sente e dá sentido,
um corpo que ama e odeia,
lamenta, sorri, avança, recua, tem fome e busca outro,
um corpo viril e espartano
vítima de elogios e difamações,
um corpo que treme diante das salivas vaginais
e se entrega à loucura como última saída,
que espermeia bucetas de rainhas e criadas
e se prostra inútil diante do nada,
um corpo que experimenta prazeres e dores,
dos mais sutis às mais diabólicas,
um corpo que sente a agonia dos ossos
anunciando o limite das células cansadas,
um corpo que trabalha e produz falsidades
e termina o dia evacuando ilusões,
um corpo perfumado e fétido
abalado e abatido,
com a boca sangrando de beijos infernais,
um corpo que interrompe o vento e faz a sombra,
que semeia gente e colhe iras
cai, rasteja, levanta e vomita ladainhas,
um corpo pronto para morrer,
pois sentiu de toda podridão,
carrega consigo os vermes que limparão seu esqueleto
branco-sujo pelas carnes amoldadas,
um corpo que, apodrecendo, levanta o braço com dedo em riste
acusa a humanidade de ter falhado
*poema do livro OFERTÓRIO a ser editado em 2008.
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3 comentários:
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Comentário:
Que maravilha! Poema forte e de rara beleza, contendo caracteristicas muito presentes na poesia urbana, influenciada pelo caos em que vive o ser humano. Gostei mesmo!
Forte e impressionante, mas reflete bem a humanidade de agora.
Parabéns, um abraço,
Noite estrelada
Rio de Janeiro
Parabéns Mano,
acho que a humanidade é reflexo
de uma sociedade,
Rio 23/12/2007.
Noite estrelada.
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